Trafalgar: os mares não são de Napoleão

A 21 de Outubro de 1805, ao largo do Cabo Trafalgar (sul de Espanha), travou-se a maior batalha naval das Guerras Napoleónicas. O reinício da guerra entre a França e a Grã-Bretanha, em 1803, arrastou a Espanha para uma aliança com Napoleão que, com as frotas combinadas dos dois países e um exército de 200.000 homens, planeava invadir as ilhas britânicas. O plano consistia no envio de três esquadras para as Antilhas, atraíndo a armada britânica para longe do Canal da Mancha, onde os navios franco-espanhóis deveriam transportar o exército de Napoleão para o desembarque na Inglaterra. Contudo, o mau tempo, a acção dos navios britânicos, a descoordenação entre as esquadras aliadas e a falta de iniciativa do almirante francês Villeneuve, levaram a que a força combinada franco-espanhola (33 navios de linha e 7 fragatas) ficasse encurralada no porto de Cádiz por uma esquadra britânica chefiada pelo almirante Nelson (27 navios de linha e 6 fragatas). A decisão de Villeneuve de sair e combater revelou-se trágica: o ataque em cunha dos navios de Nelson desorganizou a formação inimiga que, em pouco mais de 6 horas de combate, foi completamente derrotada. A frota franco-espanhola perdeu 23 barcos e 4.408 homens morreram, sendo feitos também cerca de 8.000 prisioneiros. A frota britânica não perdeu qualquer barco e morreram apenas 449 ingleses. A batalha de Trafalgar impediu a invasão francesa da Grã-Bretanha e assentou o domínio naval deste país até à Segunda Guerra Mundial.

Texto adaptado de: "História. National Geographic", nº 93.



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